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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Adaptações Curriculares


Adaptações Curriculares

As adaptações curriculares constituem, pois, possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais.
Não se propõe unicamente um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam a planificação pedagógica e a ações docentes fundamentadas em critérios que definem:
 o que o aluno deve aprender;  como e quando aprender;  que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem;  como e quando avaliar o aluno.
Para que alunos com necessidades educacionais especiais possam participar integralmente em um ambiente rico de oportunidades educacionais com resultados favoráveis, alguns aspectos precisam ser considerados, destacando-se entre eles:
·    a preparação e a dedicação da equipe educacional e dos professores;
·    o apoio adequado e recursos especializados, quando forem necessários;
·    as adaptações curriculares e de acesso ao currículo.
Algumas características curriculares facilitam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas:
Adaptações Organizativas: organização de agrupamentos,- organização didática,- organização do espaço;
Relativas aos objetivos e conteúdos: priorização de áreas ou unidades de conteúdos, priorização de tipos de conteúdos, priorização de objetivos, -sequenciação,  eliminação de conteúdos secundários

As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos dizem respeito:

·    à priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores. Ex: habilidades de leitura e escrita, cálculos etc.;
·    à priorização de objetivos que enfatizam capacidades e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do aluno. Ex: desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho em equipe, de persistência na tarefa etc.;
·    à seqüenciação pormenorizada de conteúdos que requeiram processos gradativos de menor à maior complexidade das tarefas, atendendo à seqüência de passos, à ordenação da aprendizagem etc.;
·    ao reforço da aprendizagem e à retomada de determinados conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação;
·    à eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários para dar enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos considerados básicos e essenciais no currículo.
Avaliativas: adaptação de técnicas e instrumentos, modificação de técnicas e instrumentos.
Nos procedimentos didáticos e nas atividades: modificação de procedimentos,  introdução de atividades alternativas às previstas, introdução de atividades complementares às previstas,  modificação do nível de complexidade das atividades,  eliminando componentes,  sequenciando a tarefa,  facilitando planos de ação,  adaptação dos materiais,  modificação da seleção dos materiais previstos.
Na temporalidade: Modificação da temporalidade para determinados objetivos e conteúdos previstos.
Para alunos com deficiência visual:  materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros;  sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados;  textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para melhorar a compreensão;  posicionamento do aluno na sala de aula de modo que favoreça sua possibilidade de ouvir o professor;  deslocamento do aluno na sala de aula para obter materiais ou informações, facilitado pela disposição do mobiliário;  explicações verbais sobre todo o material apresentado em aula, de maneira visual;   boa postura do aluno, evitando-se os maneirismos comumente exibidos pelos que são cegos;   adaptação de materiais escritos de uso comum: tamanho das letras, relevo, softwares educativos em tipo ampliado, textura modificada etc.; máquina braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado etc.; organização espacial para facilitar a mobilidade e evitar acidentes: colocação de extintores de incêndio em posição mais alta, pistas olfativas para orientar na localização de ambientes, espaço entre as carteiras para facilitar o deslocamento, corrimão nas escadas etc.;  material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alunos com baixa visão e em braille e relevo para os cegos; braille para alunos e professores videntes que desejarem conhecer o referido sistema; materiais de ensino-aprendizagem de uso comum: pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com sintetizador de vozes e periféricos adaptados etc.; recursos ópticos; apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e mobilidade, visando à locomoção independente do aluno.
Para alunos com deficiência auditiva: materiais e equipamentos específicos: prótese auditiva, treinadores de fala, tablado, softwares educativos específicos etc.; textos escritos complementados com elementos que favoreçam a sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais e outros; sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais; salas-ambiente para treinamento auditivo, de fala, rítmico etc.; posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os movimentos orofaciais do professor e dos colegas; material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das informações expostas verbalmente;
Para alunos com deficiência mental: ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: atelier, cantinhos, oficinas etc.; desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de comunicação, cuidado pessoal e autonomia.
Para alunos com deficiência física: sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adaptado às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de símbolos (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tradicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica), comunicação total e outros;  adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio, alargamento de portas etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de pernas, faixas restringidoras etc.); materiais de apoio pedagógico (tesoura, ponteiras, computadores que funcionam por contato, por pressão ou outros tipos de adaptação etc.); deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetônicas;  utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado etc.; textos escritos complementados com elementos de outras linguagens e sistemas de comunicação.
Para alunos com superdotação: evitar sentimentos de superioridade, rejeição dos demais colegas, sentimentos de isolamento etc.; pesquisa, de persistência na tarefa e o engajamento em atividades cooperativas; materiais, equipamentos e mobiliários que facilitem os trabalhos educativos; ambientes favoráveis de aprendizagem como: ateliê, laboratórios, bibliotecas etc.; materiais escritos de modo que estimule a criatividade: lâminas, pôsteres, murais; inclusão de figuras, gráficos, imagens etc., e de elementos que despertam novas possibilidades.
Para alunos com deficiências múltiplas: as adaptações de acesso para esses alunos devem considerar as deficiências que se apresentam distintamente e a associação de deficiências agrupadas: surdez-cegueira, deficiência visual-mental, deficiência física-auditiva etc.

As adaptações de acesso devem contemplar a funcionalidade e as condições individuais do aluno: ambientes de aula que favoreça a aprendizagem, como: ateliê, cantinhos, oficinas; acesso à atenção do professor;  materiais de aula: mostrar os objetos, entregá-los, brincar com eles, estimulando os alunos a utilizá-los; apoio para que o aluno perceba os objetos, demonstrem interesse e tenham acesso a eles.
Para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínicos: O comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem parece ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas vidas. Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clínicos que caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais ou menos limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currículo:
·    encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico e social;
·    oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competências;
·    estimular a atenção do aluno para as atividades escolares;
·    utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com as atividades realizadas;
·    oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evitar alternativas do tipo “aprendizagem por ensaio e erro”).